Mesmo com a colheita de café da safra/25 avançando no Brasil, comercialização no mercado físico segue lenta 1m426d

Publicado em 22/05/2025 15:50 e atualizado em 22/05/2025 17:36
Produtor resiste ao avanço das negociações, devido preocupação com o impacto do clima nos próximos meses
Orlando Editore - Head de Café da Datagro
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Mesmo com a colheita de café da safra/25 avançando no Brasil, comercialização no mercado físico segue lenta 1m426d

Os preços do café encerram a sessão desta quinta-feira (22) com baixas de mais de 2% nas bolsas internacionais. 

De acordo com o Barchart, um aumento nos estoques monitorados pela ICE pressionou os futuros. Os estoques de robusta atingiram hoje o maior nível em 8 meses, com 5.425 sacas, e os de arábica atingiram o maior nível em 3 meses e meio, com 883.197 sacas. Além disso, a perspectiva de um aumento na produção brasileira para essa temporada também vem impactando a movimentação do mercado. 

Para o head de café da Datagro, Orlando Editore, o cenário para a safra brasileira do conilon está mais favorável, e existe uma melhor perspectiva para a produção do arábica, com uma melhor maturação dos grãos nos últimos meses. A consultoria estima uma safra de arábica em torno de 38 milhões de sacas, mas de acordo com o head, este ganho de produtividade da variedade não é suficiente para impactar de forma relevante os preços futuros. 

Orlando destaca que mesmo com melhores estimativas, o mercado cafeeiro segue com um cenário de aperto no mundo inteiro, pois está há 4 anos enfrentando uma oferta menor que a demanda. 

A ABIC divulgou hoje que o consumo de café no varejo no mês de abril de 2025 recuou em 16% comparado ao mesmo período do ano ado, enquanto os preços do café solúvel aumentou mais de 80%. Segundo Editore, o comportamento da demanda, que até então se mostrava resiliente frente a forte valorização do produto, será mais um ponto de atenção para o mercado futuro. 

Leia mais:

+ Consumo de café no varejo registra queda de 16% no mês de abril de 2025

Em NY, o arábica fecha o dia registrando queda de 955 pontos no valor de 360,75 cents/lbp no vencimento de maio/25, um recuo de 880 pontos negociado por 358,65 cents/lbp no de setembro/25, e uma baixa de 820 pontos no valor de 354,20 cents/lbp no de dezembro/25.

O robusta encerra com perda de US$ 146 no valor de US$ 4,738/tonelada no contrato de maio/25, uma baixa de US$ 116 cotado por US$ 4,787/tonelada no de julho/25,  uma queda de US$ 105 no valor de US$ 4,784/tonelada no de setembro/25, e um recuo de US$ 98 no valor de US$ 4,758/tonelada no de novembro/25.

Mercado Interno

Segundo Editore, a colheita no Brasil está avançando bem, mas os produtores estão resistentes e segurando as negociações, diante preocupação com as condições climáticas nos próximos meses. 

Informações da Hedgepoint apontam que a colheita do Brasil é fundamental para o mercado, já que o país responde por cerca de 40% do comércio global. Como a colheita do Conilon normalmente ganha ritmo mais rápido que o do Arábica, a tendência é que a primeira variedade seja mais redirecionada para o mercado doméstico brasileiro. Atualmente, a colheita do Conilon está em 11% no Brasil, enquanto o Arábica, apenas à 4%, levando o total nacional à 7%, abaixo da média de 10% das últimas safras. "O ritmo mais lento da colheita foi reflexo das chuvas das últimas semanas em diversas regiões produtoras, como o Espírito Santo, Bahia, Rondônia e Matas de Minas. Alguns produtores ainda podem preferir esperar uma maior maturação dos grãos e menor umidade para colherem seus cafés, à medida que a maior parte destes estão capitalizados nesta safra", completou a analista de café da empresa, Laleska Moda.

O Café Arábica Tipo 6 encerra o pregão acompanhando as quedas da bolsa de NY, registrando baixa de 3,85% em Araguari/MG no valor de R$ 2.500,00/saca, uma desvalorização de 3,59% em Campos Gerais/MG negociado por R$ 2.420,00/saca, e uma baixa de 3,50% em Franca/SP no valor de R$ 2.480,00/saca. Já o Cereja Descascado registra o recuo de 3,50% em Campos Gerais/MG no valor de R$ 2.480,00/saca, e uma perda de 0,76% cotado por R$ 2.610,00/saca em Poços de Caldas/MG. 

Por: Raphaela Ribeiro
Fonte: Notícias Agrícolas

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