Mesmo com dólar alto e boa produtividade deve sobrar pouco para produtor de soja em 2016, aponta Cepea 23394i

Publicado em 23/10/2015 11:19
Mesmo com dólar alto e boa produtividade deve sobrar pouco para produtor de soja em 2016, aponta Cepea

O custo da safra 2015/16 sofreu grande elevação devido a alta da moeda norte americana neste ano. Na média dos agricultores do Centro-Oeste - maior estado produtor de soja do país - o custo operacional chega a 38 sacas por hectare. 5e165l

O cenário de incertezas políticas e econômicas que atravessa o Brasil deve deixar muitas consequências para essa temporada de soja.  Se por um lado a desvalorização do real frente à moeda norte-americana é positiva para a composição dos preços no mercado interno, por outro, ele eleva os custos de produção - que tem a maioria dos seus produtos atrelados ao dólar.

Diante desse cenário, o pesquisador gestão agrícola do Cepea/Esalq, Mauro Osaki, afirma que os agricultores que já finalizaram seus custos desta safra em reais "a receita para 2016 ainda é positiva, mas no curto prazo", ressalta.

O pesquisador fez uma estimativa para as comercializações o ano que vem considerando um dólar a R$ 4,00 os preços da soja para março/16 em torno de US$ 9,00/bushel e o prêmio de aproximadamente US$ 40 cents. Nestas condições os produtores da região de Sorriso (MT) teriam um custo operacional de 38 sacas por hectare e, um custo total de 48 sc/ha, contra uma produção média de 56 sacas/ha.

"Se tudo correr bem como esperamos esse é o cenário, mas podemos ter frustração de safra também, pois estamos apenas no inicio do plantio e pode ocorrer um veranico ou outra intempere climática", declara Osaki.

Uma projeção inversa onde o câmbio estaria a R$ 3,50 no momento da comercialização, com as mesmas condições de preços e custo da estimativa anterior, os produtores já estariam correndo um maior risco. Neste caso em muitas regiões a produção não seria capaz de cobrir os custos totais, por isso a necessidade de garantir um bom rendimento na lavoura seria maior.

Segundo Osaki, uma alternativa para melhorar o rendimento seria a correção/rebaixamento do perfil de solo, no entanto, os resultados dessa medida são de longo prazo e só teriam efeito na próxima safra. Ainda assim, é uma importante ferramenta de proteção aos produtores em momentos de incertezas como é este que os agricultores estão enfrentando.

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Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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