Exportações do Agro Fecham 1º Semestre com Recorde Histórico 6021m

Publicado em 18/07/2023 15:27

Boletim Agro30: resumo de julho os pontos selecionados para agosto 9686n

Reflexões dos fatos e números do agro em julho e o que acompanhar em agosto

Na economia mundial e brasileira, em relação aos indicadores econômicos divulgados pelo Banco Central no Boletim Focus do dia 17 de julho, o IPCA para esse ano deve ficar em 4,95% (queda mensal), enquanto para 2024 a previsão é de 3,92% (baixa). Já o Produto Interno Bruto (PIB) está projetado em 2,24% para este ano e em 1,30% para o próximo (ambos em crescimento). O câmbio deve se sustentar nos R$ 5,00 (estabilidade) até o final de 2023 e em R$ 5,05 (retração) ao fim de 2024. Por fim, a taxa Selic deve finalizar este ano em 12,00% (baixa) e em 9,50% no consecutivo (manutenção).

No agro mundial e brasileiro, após aumento isolado em abril, o Índice de Preços dos Alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) retraiu pelo segundo mês consecutivo, fechando em 122,3 pontos, o que configurou queda de 1,7 pontos ou 1,4% frente ao mês anterior. Mais uma vez, o indicador cai para o nível mais baixo em dois anos. Esse cenário foi liderado pelo açúcar (-3,2%) que teve a primeira retração depois de quatro meses em alta, devido ao bom andamento da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil e baixa demanda global, no entanto, os efeitos do El Niño e valorização do real limitaram maiores quedas. Além disso, cereais (-2,1%), óleos vegetais (-2,4%) e laticínios (-0,8%) também decaíram. Para os cereais, todas as culturas mapeadas sofreram desvalorização.

No cenário global, o 3º levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra mundial de grãos 2023/24 agitou os mercados. No milho, ao contrário do que era esperado, o órgão ampliou a produção em 1,69 milhão de t neste mês: de 1.222 bilhão de t para 1,224 bilhão de t, alta de 0,1%. Com isso, a produção global em 2023/24 será 6,4% superior à de 2022/23; teremos 73,8 milhões de t adicionais do cereal. A mudança é explicada pela elevação na produção norte americana, que agora está prevista em 389,15 milhões de t (era de 387,75 milhões de t); ou seja, 1,4 milhão de t a mais. O relatório manteve os valores para demais países de importância global: China, 280,0 milhões de t (+1,0%); Brasil com 129,0 milhões de t (-3,0%); e Argentina com 54,0 milhões de t (+58,8%). 

Do lado das exportações, o USDA adicionou 1 milhão de t a previsão de embarque do Brasil, o que nos mantém na ponta como principal exportador com 58,0 milhões de t, contra 54,0 milhões de t dos Estados Unidos. Por fim, os estoques finais também foram revistos para cima e estão agora estimados em 314,12 milhões de t, um crescimento de 6,0% no comparativo com o ciclo ado. 

Em um mercado cada vez mais competitivo, a soberania de décadas dos Estados Unidos nas exportações de milho perde espaço para o Brasil. Nesta safra 2023/24, os norte-americanos estão representando sua segunda menor participação no mercado mundial do cereal, sendo superada apenas pela temporada 2012/13, quando uma forte seca diminuiu significativamente a produção. Em contrapartida, o Brasil está assumindo uma fatia maior do mercado, abastecendo quase um terço (29,8%) da demanda global, principalmente por conta do apetite chinês. 

No caminho contrário, o USDA reviu para baixo a produção global de soja: estava estimada em 410,70 milhões de t no mês ado e foi a 405,31 milhões de t agora em julho, queda de 1,3% ou 5,4 milhões de t a menos. O principal motivador da queda foi a redução na produção norte-americana, após as revisões na área efetivamente plantada pelos agricultores, bem como por conta do clima seco no país. A produção dos Estados Unidos foi revista de 122,74 para 117,03 milhões de t. Mesmo assim, a oferta deve ser 0,6% superior a 2022/23. Demais países de importância global seguem com mesmos volumes: Brasil com 163,0 milhões de t (+ 4,5%); Argentina com 48,0 milhões de t (+ 92,0%); e China com 20,50 milhões de t (+1,1%). Estoques também foram revistos para baixo agora em julho e estão estimados em 120,98 milhões de t; apesar da baixa, o resultado é 17,6% superior ao de 2022/23.

Apesar das lavouras norte-americanas terem sofrido com a falta de chuvas nos estágios iniciais de desenvolvimento, os produtores colherão grandes safras. Até o relatório divulgado em 18 de julho pelo USDA, o milho estava com 11% das suas lavouras em condições excelentes (13% há um ano) e 46% boas (51% em 2022). Para a soja, 8% do cultivo estava em nível excelente (contra 10% em 2022) e 47% em nível bom (2022 era 51%). As condições do algodão são melhores se comparadas ao ano anterior, 7% excelente (4% em 2022) e 38% boas (2022: 34%).

No algodão, o USDA indica que a produção da pluma deve ficar em 25,44 milhões de t, volume 0,95% inferior ao do ciclo ado ou 250 mil t a menos. Entre os principais países produtores, enquanto a China deve produzir 12,0% a menos (5,88 milhões de t), os Estados Unidos ampliarão a produção em 14,0% neste ciclo (3,59 milhões de t). No Brasil, a produção deve cair para 2,89 milhões de t, 100 mil t a menos do que 2022/23 ou 3,3% inferior. Ainda assim, o Brasil deve ampliar as exportações em 56,4%: de 1,415 milhão de t (2022/23) para 2,123 milhões de t (2023/24).

O USDA aponta que o consumo global de algodão deve fechar em 25,35 milhões de t, um crescimento de 6,1% em comparação com o ciclo ado ou 1,46 milhões de t adicionais. Mesmo com a alta no consumo, o ciclo 2023/24 deve registrar um saldo positivo no balanço oferta/demanda, resultando em um crescimento dos estoques globais em 0,6%, os quais devem totalizar 20,58 milhões de t.

Nem por isto significa que as cotações de momento sejam as mais positivas para o produtor brasileiro, basta lembrar que o preço mensal da pluma vem acumulando queda desde maio do ano ado, quando atingiu o pico histórico de R$ 7,9647/libra-peso (Cepea/Esalq). Vale o destaque para algumas cotações nos últimos 12 meses: em junho/22, a média mensal foi de R$ 7,4025/lb; em janeiro/23 foi a R$ 5,3326/lb; em junho/23 caiu para R$ 3,9499/lb; e agora em julho (até o dia 14) estava com média de R$ 3,7092/lb.

Acordo entre a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), e a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) foi renovado para aumentar as exportações de algodão. O escopo conta com um investimento de R$23 milhões e diversas ações como a participação em feiras, atração de compradores e apoio aos produtores. Além disso, a parceria com o projeto Cotton Brazil foi destacada em função de contribuir com conhecimento sobre a sustentabilidade da cadeia e agregação de valor ao nosso produto, reforçando a imagem do algodão brasileiro no cenário mundial.

O acordo de grãos no Mar Negro que permitia embarques ucranianos expirou no dia 17 de julho. A Rússia suspendeu sua participação alegando que suas demandas de exportações de grãos e fertilizantes não foram atendidas. Contudo, o presidente ucraniano relatou que as operações devem continuar, uma vez que a Ucrânia, a ONU e a Turquia são capazes de garantir as atividades do corredor e fazer inspeções nas embarcações. 

No 10º levantamento sobre a safra brasileira de grãos 2022/23, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou mais uma vez a previsão de produção: de 315,8 milhões de t no relatório ado para 317,6 milhões de t neste. Com o resultado, a oferta deste ciclo deve crescer 16,5%. A melhora vem como resultado das boas condições das lavouras de milho 2ª safra, que seguem entregando bons resultados de produtividade com o avanço da colheita. O cereal deve trazer 127,8 milhões de t ao todo (+ 12,9%), sendo que 27,4 milhões de t na 1ª safra (+ 9,3%), 98,0 milhões de t na 2ª safra (+ 14,1%) e 2,4 milhões de t no 3º ciclo (+ 7,3%). Na soja, com a colheita 100% concluída no país, a produção foi consolidada em 154,6 milhões de t (+ 23,1%). Já para o algodão em pluma, a oferta prevista é de 3,0 milhões de t (+ 17,8%). Por fim, nas culturas de inverno, a produção deve totalizar 12,2 milhões de t (- 1,5%), sendo que o trigo é principal com 10,4 milhões de t (- 1,2%); a previsão de queda nos cultivos de inverno se deve especialmente a provável queda na produtividade das lavouras, em vista da falta de chuvas que deve afetar a região Sul do país, resultado das alterações trazidas pelo evento climático El Niño.

No campo, a Conab indica que a colheita do milho 2ª safra alcançou 39,3% de progresso até o último dia 15 de julho, praticamente 10 p.p. abaixo do que era registrado na mesma data do ano ado. Mato Grosso segue na ponta com o ritmo mais acelerado, 67,7% de progresso (era de 81,5% em 2022). Em Goiás, o avanço é de apenas 19,0% (contra 39,0%) e no Mato Grosso do Sul é de 7,0% (versus 16,0% em 21/22). Apesar do atraso, boa parte das lavouras de milho safrinha já se encontram em maturação no país, 39,3%, enquanto 11,9% ainda seguem em enchimento de grãos. No algodão, a colheita alcançou 18,9% até 15 de julho, contra 27,2% na mesma data de 2022. Mato Grosso e Bahia apresentam avanços de 17,5% e 20,4%, respectivamente.

No fechamento do primeiro semestre de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram o recorde de US$ 82,80 bilhões, 4,5% acima do registrado no mesmo período de 2022 (US$ 79,24 bilhões). Em junho, o valor foi de US$ 15,54 bilhões, uma queda de 0,6% no comparativo com junho do ano anterior, mesmo com o aumento na quantidade exportada (+14,2%), superado pela forte queda do índice de preços dos produtos (-12,9%). Ainda assim, tivemos recordes mensais obtidos para a soja em grãos (em volume: 13,77 milhões de t; e valor: US$ 6,89 milhões), açúcar (em valor: US$ 1,40 bilhão), celulose (em volume: 1,55 milhão de t) e carnes bovina (em volume: 193 mil t) e de frango (em volume: 422 mil t).

Olhando para o primeiro semestre do ano (janeiro a junho), os 5 setores que mais se destacaram em relação ao valor exportado foram: “complexo soja” com US$ 40,80 bilhões, 8,0% maior ao registrado no mesmo período de 2022. Desse montante, a soja em grãos representou 81,8%, atingindo a cifra recorde de US$ 33,40 bilhões (+9,4%). Em segundo lugar, as “carnes” somaram um valor de US$ 11,63 bilhões até junho. A carne bovina, apesar da queda de -21,4% nos preços, obteve uma participação de 41,8% do total (US$ 4,86 bilhões). Enquanto isso, a carne de frango foi responsável por 43,7% ou US$ 5,08 bilhões (+10,2%) e a carne suína participou em 12,0% nas vendas com US$ 1,40 bilhões (+27,4%). Na terceira posição estão os “produtos florestais” com US$ 7,48 bilhões exportados (-9,5%), sendo a diminuição nas negociações de madeira e suas obras o principal impacto da retração. O quarto lugar ficou com o “complexo sucroalcooleiro” que vendeu ao mercado externo US$ 5,94 bilhões (+36,8%), valor puxado pelas exportações de açúcar que aumentaram incríveis 39,4% em relação a 2022.

Por último, a quinta posição foi ocupada pelos “cereais, farinhas e preparações” que atingiram US$ 4,68 bilhões (+53,7%), muito por conta do milho que atingiu um valor recorde de US$ 3,36 bilhões (+89,2%) representando 71,8% desse montante devido a sua quantidade embarcada significativamente maior (+85,9%).

Já para as importações, o setor agropecuário somou US$ 1,25 bilhões em junho (- 18,3%), resultando em um saldo mensal de US$ 14,3 bilhões. No fechamento do primeiro semestre de 2023, o agronegócio brasileiro importou US$ 8,32 bilhões (+2,3%) fechando a balança comercial do setor em US$ 74,5 bilhões (+4,7%).

As importações da soja brasileira pela China cresceram 24% em 2023, com 43,55 milhões de t embarcadas até junho (35,21 milhões de t em 2022). O gigante asiático é o maior comprador da nossa oleaginosa, participando de 69,35% do volume, seguido da Espanha (2,151 milhões de t|-11%) e Tailândia (1,684 milhão de t|+9,0%).

No café, as exportações caíram 10,2% em 2022/23, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Brasil exportou 35,62 milhões de sacas de 60 kg nesta temporada com uma receita praticamente estável de US$ 8,135 bilhões. A queda nos embarques é reflexo do final da safra 2022/23 e baixa disponibilidade dos últimos ciclos, que foram impactados por adversidades climáticas. Nesse sentido, a colheita de 2023/24 - ainda em fase inicial - deve ser superior às de 2021 e 2022, visto que a recuperação das lavouras foi acima do esperado.

Na atualização do Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) corrigiu para baixo mais uma vez o indicador para 2023, dessa vez em R$ 1,148 trilhão, sendo R$ 13,5 bilhões a menos que o registrado em junho (R$ 1,162 trilhão), mas ainda assim, 2,6% acima do observado em 2022 (R$ 1,119 trilhão). O protagonismo do crescimento é das lavouras, que aumentaram o VBP em 4,9% entregando um montante financeiro de R$ 812,1 bilhões, situação impulsionada pelo crescimento na produtividade e recordes atingidos na safra de grãos. Por outro lado, a pecuária teve um arrefecimento de 2,4%, faturando R$ 336,6 bilhões, devido à retração da carne bovina e de frango. O ranking dos top 3 produtos agrícolas que mais tem participação nesses números começam com a soja (R$ 332,7 bilhões|+3,5%), seguida do milho (R$ 143,7 bilhões|+3,9%) e cana-de-açúcar (R$ 105,5 bilhões|+11,9%). Enquanto isso, as posições de destaque na pecuária ficam com os bovinos (R$ 134,0 bilhões|-8,6%), a carne de frango (R$ 85,5 bilhões|-7,4%) e o leite (R$ 60,5 bilhões|+8,5%).

E por falar em cadeias de proteína animal, o USDA também divulgou agora em julho as atualizações das estimativas para as carnes. Na bovina, o órgão elevou a oferta global, de 59,15 milhões de t (abril) para 59,57 milhões de t (+ 0,72%), um crescimento previsto de 0,41% em relação a 2022. A elevação foi justificada pela previsão de melhoria da oferta nos Estados Unidos e no Brasil, agora estimadas em 12,38 e 10,65 milhões de t, respectivamente. Com este resultado, a produção brasileira deve crescer 2,9% em 2023, com volume adicional de 300 mil t. Do lado das exportações, o Brasil deve entregar 3,05 milhões de t, 5,2% a mais do que o ano ado e respondendo por 25,16% da oferta global. Vale destacar, ainda, a previsão de queda nos embarques norte-americanos, de 9,3% em relação a 2022, e que deve fechar o ano com 1,43 milhão de t.

Na carne de frango, a produção global foi mantida praticamente nos mesmos níveis do último relatório: 103,52 milhões de t, alta de 1,4% em relação a 2022. O cenário nos 3 principais produtores é o seguinte: Estados Unidos ofertarão 21,39 milhões de t (+ 1,9%); Brasil, 14,88 milhões de t (+2,8%); e China 14,30 milhões de t (0,0%). Na suína, a produção foi revista para cima agora em julho, em cerca de 430 mil t, para 114,8 milhões de t (+ 0,32%). China deve entregar 56,0 milhões de t (+ 1,06%), União Europeia outros 21,65 milhões de t (- 2,8%), Estados Unidos com 12,42 milhões de t (+ 1,4%) e o Brasil com 4,47 milhões de t (+ 2,6%).

No comércio internacional, o USDA ampliou as ofertas brasileiras de carne de frango e carne suína em 2023. No frango, os embarques foram revistos de 4,75 para 4,83 milhões de t (+ 8,5%). Já as vendas da carne suína foram de 1,39 (abril) para 1,50 milhão de t (julho), alta prevista de 7,9%.

Cresce o poder de compra de fertilizantes pelo produtor rural. O índice calculado pela Mosaic Fertilizantes aumentou 12% em junho, alcançando um valor de 0,87 contra 0,99 observado em maio. É a mesma pontuação registrada em março de 2021, configurando o referencial mais baixo já registrado neste ano. Os preços desse insumo tiveram uma queda de 14% em relação ao mês ado, o que contribui para uma relação de troca mais favorável ao agricultor. 

Lançado no final do último mês, o Plano Safra de 2023/24 prevê R$ 364,2 bilhões em créditos rurais para médios e grandes produtores, um aumento de 27% em relação ao anterior. O programa tem como objetivo apoiar a produção sustentável praticada no país, oferecendo empréstimos com juros mais baixos (8% ao ano para produtores do Pronamp; 12% para os demais) e premiações para quem adotar práticas mais ecológicas. Os recursos serão de R$ 272,12 bilhões para custeio e comercialização (+26%) e R$ 92,1 bilhões para investimentos (+28%). Além disso, serão disponibilizados R$ 77,7 bilhões para a agricultura familiar, somando os créditos rurais e medidas como compras públicas, assistência técnica e extensão rural, política de garantia de preços mínimos, entre outras ações.

Fechamos nossa análise do agronegócio com o balanço dos principais preços de produtos do setor na data de fechamento da nossa coluna. A soja para entrega em cooperativa do estado de São Paulo (FOB) estava em R$ 139,80/sc (60kg) e o preço futuro para mar/2024 era de R$ 123,80/sc. No milho, o preço físico era de R$ 55,00/sc e a entrega em ago/23 estava cotada em R$ 53,30/sc; na B3, a cotação do cereal para mar/24 era de R$ 66,82/sc. No algodão (base Esalq), a arroba era negociada a R$ 125,86 e o sorgo físico em R$ 41,50/sc. Outros produtos do agro cotados no Cepea/Esalq: boi gordo em R$ 254,90/@; café arábica em R$ 821,75/sc (60 kg); o trigo Paraná em R$ 1.332,63/t; e a laranja para indústria (a prazo) em R$ 43,75/cx (40,8 kg).

Os cinco fatos do agro para acompanhar em agosto são:

1. Acompanhar o progresso da colheita de milho 2ª safra e do algodão no Brasil. A safrinha de milho segue com operações em ritmo um pouco lento, mas a produtividade das lavouras tem sido bastante positiva. Vamos observar como será a entrada deste grande volume de milho no mercado, a questão da armazenagem, logística e comercialização deste grão.

2. Andamento da safra norte-americana de grãos: apesar dos problemas recentes com a seca, as alterações na oferta foram poucas – o milho, inclusive, com a produção revisada para cima. As condições dos campos seguem acima do ano ado e até o momento a oferta permanece firme. Mas a preocupação é grande. 

3. Término do acordo entre Rússia e Ucrânia para as exportações de grãos pelo Mar Negro e seus impactos no escoamento da já prejudicada (em mais um ano) safra ucraniana, bem como na comercialização/preços de grãos no mercado internacional. Se as dificuldades aumentarem, a Ucrânia terá que exportar por terra, usando outras rotas e erodindo margens aos produtores, dificultando a retomada da produção.

4. Desdobramentos da gripe aviária no Brasil, novos casos, medidas de controle e eventuais respostas de países importadores. Após a detecção do 2º caso da doença em ave de subsistência no país (desta vez em Santa Catarina), o Japão suspendeu as importações da proteína animal do Brasil. Vale lembrar que o Japão foi o 3º principal importador de frango do Brasil em 2022, com 11% de participação.

5. As previsões para a safra 2023/24 no Brasil: movimentações dos agricultores em relação a decisão de plantio (compra de insumos, etc.); as primeiras estimativas nacionais para área, produção e produtividade; e os custos de produção com base no cenário de preços estabelecido.

Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de istração da USP, em Ribeirão Preto, e da FGV, em São Paulo, especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio. Confira textos e outros materiais em DoutorAgro.com e veja os vídeos no Youtube (Marcos Fava Neves). 

Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, mestrando em istração de Organizações pela FEA-RP/USP e especialista em comunicação estratégica no agronegócio.

Beatriz Papa Casagrande é consultora na Markestrat Group, aluna de mestrado em istração de Organizações na FEA-RP/USP e especialista em inteligência de mercado para o agronegócio.

Fonte: Prof. Dr. Marcos Fava Neves

NOTÍCIAS RELACIONADAS 6i31

Muralha Sanitária, por José Zeferino Pedrozo
Dados preliminares revelam tendências no uso de máquinas agrícolas
Agricultura do futuro depende de sinergia entre tecnologias
Conservação do solo e sua importância para preservar a vida no planeta, por Valter Casarin
Projeções de máquinas agrícolas no Brasil 2030
Benefícios fiscais e estruturação empresarial no Agro: às transformações da Reforma Tributária