Projeções de máquinas agrícolas no Brasil 2030 1p5e4q

Publicado em 26/05/2025 13:56
Por Gregori Boschi, Consultor e Sócio da [BIM]³ - Boschi Inteligência de Mercado / Carlos Cogo, Consultor e Sócio da Cogo Inteligência em Agronegócio

O ano de 2025, que iniciou com instabilidades no ambiente econômico, já começa a sinalizar uma retomada relevante num setor vital para a economia brasileira: o mercado de máquinas e equipamentos agrícolas. Diretamente ligado ao desempenho do agronegócio, o setor projeta crescimento em 2025, após uma retração estimada em 2024, que é impulsionada por uma combinação de fatores: 2f1p4l

Positivos

Desafios

Safra record de grãos

Custo de financiamento elevado

Aumento da agricultura de precisão

Restrição de crédito e juros altos

Crescimento do uso de defensivos

Altos custos de aquisição e manutenção

Expansão do mercado de bioinsumos

Adoção crescente de drones

Setor agrícola - O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio (“antes, dentro e depois da fazenda”) brasileiro em 2024, conforme cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), apresentou um crescimento de 1,8% no ano. Em 2024, o PIB do Agronegócio representou 23,2% do PIB total do Brasil, um leve recuo em relação aos 23,5% de 2023.

Para 2025, a expectativa é de crescimento entre 3,5% a até 6% no PIB da Agropecuária (“dentro da porteira”), impulsionado por fatores como a safra recorde de grãos em 2025, estimada em 322,4 milhões de toneladas, a maior da história, a recuperação dos preços de diversas commodities, elevando a renda dos produtores e as condições climáticas mais projetadas, beneficiando a produção agrícola.

O grande desafio para o setor na temporada 2025/2026 será o Plano Safra. O orçamento previsto para o Plano Safra 2025/2026 é de R$ 15 bilhões destinado à subvenção de juros. No ciclo anterior, o Plano Safra 2024/2025 previa inicialmente R$ 12,1 bilhões, mas o valor benéfico destinado acabou alcançando R$ 19 bilhões. No entanto, com a taxa Selic atingindo 15,25% ao ano, estima-se que seriam necessários cerca de R$ 25 bilhões apenas para manter o mesmo nível de apoio ao plano anterior. Diante desse cenário, o Plano Safra 2025/2026 deverá cobrir apenas 20% da demanda total de crédito rural.

Máquinas agrícolas - Para 2025 na base de produção de máquinas, projeta-se um crescimento de 7% em tratores, enquanto as colheitadeiras devem registrar uma leve retração de 1,9%, e as pulverizações autopropelidas uma queda de 2,9%. No horizonte de longo prazo, a Boschi Inteligência de Mercado estima os seguintes CAGRs (Taxas de Crescimento Anual Compostas) para o período de 2025 a 2030:

2025~2030

Tratores

Colheitadeiras

Pulverizadores

CAGR (%)

+3,3%

(-1,6%)

(-3,2%)

Com base nesses fatores, as projeções até 2030 apontam para um cenário que mantém dinâmicas distintas entre os segmentos:

A produção de tratores deve manter uma trajetória de crescimento, impulsionada pela adoção de novas tecnologias e pela necessidade de renovação da frota, que se encontra defasada. Esse movimento deve ocorrer mesmo com o crédito mais caro, refletindo a importância desses equipamentos na produtividade agrícola.

No caso das colheitadeiras, a expectativa é de retração, impactada por três fatores principais: avanço da automação, adiamento das decisões de compra diante de juros elevados e exigência regulatória mais rigorosas, como o MAR-II, previsto para 2030. Já os pulverizadores autopropelidos tendem a apresentar queda gradativa, à medida que a utilização de drones agrícolas inicia, ainda que timidamente, um processo de substituição tecnológica (canibalização).

Contexto tecnológico - O PROCONVE MAR-I, primeira legislação a regulamentação de emissões para máquinas fora de estradas no Brasil, foi instituída em 1º de janeiro de 2015 vigente até 2019. Dessa forma, considerando o mesmo ritmo de implementação do MAR-I, a adoção plena do MAR-II ainda é uma incógnita para o horizonte de 2030.

Com base no estudo “Inventário de Emissões para Máquinas Agrícolas e Rodoviárias: Cenários Futuros e Projeções”, elaborado pela AFEEVAS/EnvironMentality (junho de 2024), é possível estimar a probabilidade de implantação do MAR-II no Brasil até 2030, considerando diferentes estágios do programa:

 

Marco de implantação

Probabilidade até 2030

Motivo

Publicação da norma MAR II (edição do texto legal)

≈ 99%

Premissa: publicação em dez/2025

Implementação Tier 4 Final em máquinas > 130 kW

100%

As quatro preveem entrada em operação entre 2028 e 2030 para esse porte.

Implementação Tier 4 Final em máquinas 75–130 kW

≈ 50%

Apenas um cenário estima o prazo final em 2030.

Inclusão de máquinas 37–75 kW no MAR II (Tier 4)

≈ 0%

Nenhum cenário prevê esse segmento com MAR II até 2030.

Cobertura completa do MAR II (todas as faixas) até 2030

≈ 5%

A probabilidade madura de inclusão total nesse horizonte é extremamente baixa.

A ausência de um plano futuro de emissões desestimula a competitividade da indústria local, tornando-a menos competitiva no âmbito global, especialmente no que diz respeito à escala de produção, uma vez que as exigências internacionais operam em níveis mais avançados.

Por outro lado, as tecnologias embarcadas nas máquinas agrícolas até 2030 deverão apresentar um salto significativo, elevando a produtividade, com menor dependência do operador e máxima eficiência operacional das máquinas. Este avanço veio acompanhado de um aumento no custo de aquisição e operação, demonstrado a seguir:

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O que pensam os agricultores? - O Panorama Setorial “Decifrando o Cenário de Máquinas Agrícolas”, conduzido pela [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, cujos resultados conclusivos serão apresentados em setembro de 2025, trazendo um levantamento inédito que mapeará a frota nacional de tratores, pulverizadores e colheitadeiras.

A mecanização agrícola no Brasil acompanha a dinâmica de produção e as necessidades específicas de cada cultura. Grandes produtores de grãos, cana de açúcar e algodão investem com frequência na renovação da frota, buscando maximizar a eficiência e reduzir custos operacionais. Já as pequenas propriedades, com menor capacidade de investimento, recorrem a alternativas como locação, compra de máquinas usadas ou adaptação de equipamentos mais antigos.

É sabido que há uma necessidade imediata de substituição de máquinas no campo. Em comparação com outros países, a frota nacional é mais antiga, exigindo manutenção constante e peças de reposição com maior frequência. O que ainda não se conhece com precisão, porém, é o planejamento de substituição de máquinas por cultura e por estado, tampouco as necessidades específicas de contratação adicional de equipamentos por safra.

Esses e outros temas essenciais para o planejamento estratégico de qualquer negócio agrícola serão revelados pela pesquisa da [BIM]³.

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Fonte:
[BIM]³

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