Milho mais caro do mundo no Brasil freia as exportações e pode provocar movimento de washout para abastecer mercado interno 2y231a

Publicado em 26/04/2021 15:19
Exportação semanal de milho cai, mas índices do mês seguem bem maiores do que abril/20

4f2m5j

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até a quarta semana de abril.  

Nestes 15 dias úteis do mês, o Brasil exportou 130.147,3 toneladas de milho não moído. Este volume representa elevação de 23.785 toneladas com relação ao exportado até a terceira semana de abril (106.362,3) e é apenas 44% do total contabilizado durante o último mês de março (294.489,1)  

Até aqui, no quarto mês do ano, o país já embarcou 1.943% de tudo o que foi registrado durante abril de 2020 (6.696,5).  

Com isso, a média diária de embarques ficou em 8.676,5 toneladas, patamar 32,2% menor do que a média do mês ado (12.798,1 toneladas). Em comparação ao mesmo período do ano ado, a média de exportações diárias é 2491,36% maior do que as 334,8 do mês de abril de 2020.  

Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 31.283,50 no período, contra US$ 4.334,20 de todo abril do ano ado. Já na média diária, o atual mês contabilizou aumento de 862,39% ficando com US$ 2.085,60 por dia útil contra US$ 216,70 em abril de 2020.  

Já o preço por tonelada obtido registrou queda de 62,86% no período, saindo dos US$ 647,20 no ano ado para US$ 240,40 neste mês de abril. 

“Hoje se fala em algo entre 20 e 25 milhões de toneladas já comprometidas com a exportação, existe a expectativa de chegar a 35 milhões e, se isso acontecer, vai ficar extremamente crítico o abastecimento interno, mas hoje a exportação está parada”, destaca o analista da Germinar Corretora Roberto Carlos Rafael. 

O analista aponta que, a B3 opera na faixa de R$ 97,00 o milho para setembro, enquanto a exportação paga no porto R$ 83,00 e nesse patamar não há negócios. “Pode ser que tenhamos uma entrada significativa de washout no mercado porque estamos vivenciando um outro momento de preços em uma paridade de importação”, diz. 

Rafael ainda ressalta que, hoje o milho brasileiro é o mais caro do mundo. “Conversando com um grande player mundial que compra milho aqui, na Colômbia, nos Estados Unidos e Argentina, ele falava que na Argentina estava na faixa de US$ 220,00 para comprar e colocar na empresa dele e aqui no Brasil estava US$ 283,00. Esse preço é extremamente atrativo para as traders virarem o produto que estava previamente previsto para exportação”. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS 6i31

Perspectiva de safra de milho robusta reduz os preços em Chicago, mas foco continua sendo a demanda pelo cereal
Milho fecha em alta na B3 apoiado pelo dólar e demanda maior pelo cereal do BR
Colheita de milho em MT atinge menos de 1% da área e tem atraso em seu início, aponta Imea
Radar Investimentos: mercado já sente a pressão da chegada do milho da safrinha
Pressionado pela entrada da safrinha, milho fecha 5ª feira com mais de 1% de baixa na B3
Vai faltar milho no mundo ainda em 2026 e cereal deverá valer mais no próximo ano
undefined