CNC alerta sobre especulações de mercado a respeito da safra 2018 43g5q
Ao tempo em que alguns prognosticam safras volumosas com o intuito de sempre aviltar as cotações do mercado, outros “cavaleiros do apocalipse” traçam futurologias cravando a escassez do produto, a qual justificam por meio do aquecimento global até o final deste século.
Como vemos, o despreparo e a inexistência de argumentos plausíveis e de fundamentação são constantes nessas situações e, como representantes do setor produtor no Brasil, o Conselho Nacional do Café se manifesta publicamente para alertar que:
i. ainda é cedo para estimar o volume de café a ser colhido no Brasil em 2018, haja vista, após o pegamento das floradas, a necessidade da confirmação do enchimento dos “chumbinhos”; 4j5a45
ii. a safra 2018 tende a ser maior devido ao ciclo de alta dentro da bienalidade da cafeicultura de arábica, porém não alcançando níveis recordes em função de reflexos do clima adverso nos últimos anos; e
iii. os estoques encontram-se em níveis baixos, mas satisfatórios para, junto com a safra, o Brasil honrar seus compromissos de exportação e consumo interno.
Igualmente, a qualidade de nosso produto também está garantida aos nossos clientes internacionais e no mercado consumidor interno, de forma que, anualmente, ampliamos nossos mercados e registramos marcas substantivas, como os atuais recordes mundiais de maiores valores pagos por uma saca de café no leilão do Cup of Excellence – Brazil 2017. O campeão da categoria “Naturals” (cafés colhidos e secos com casca) foi vendido por mais de R$ 39 mil/saca e o da categoria “Pulped Naturals” (cerejas descascados e/ou despolpados) por valor superior a R$ 55 mil/saca.
FUNRURAL — O presidente da República, Michel Temer, sancionou, na quarta-feira, 10 de janeiro, a Lei nº 13.606, que institui o Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) na Secretaria da Receita Federal do Brasil e na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Publicado no Diário Oficial da União (DOU), o conteúdo preservou benefícios aprovados em votação no Congresso Nacional, como:
ii. opção de recolhimento sobre a folha ou sobre a produção - a partir de 2018 para pessoas físicas e a partir de 2019 para pessoas jurídicas;
iii. diminuição da alíquota de contribuição do produtor rural pessoa física para 1,2%, que já está em vigor.
i. redução da alíquota de contribuição de 2,5% para 1,7% ao produtor rural pessoa jurídica a partir de fevereiro de 2018;
ii. inserção da renegociação de outras dívidas rurais com bancos públicos, em sua maioria por pequenos agricultores;
iii. descontos de 100% das multas e encargos legais ao produtor rural pessoas física e jurídica;
iv. limitação para utilização de créditos tributários sobre dívidas igual ou inferior a R$ 15 milhões;
v. permissão do uso de créditos de prejuízo fiscal para liquidação do montante da dívida do Funrural; e
vi. isenção de contribuição na comercialização destinada a plantio, reflorestamento e reprodução pecuária ou granjeira.
Segundo informações do Instituto Pensar Agro (IPA), do qual o CNC faz parte, com a nova legislação, o produtor rural terá até o dia 28 de fevereiro deste ano para fazer a adesão ao PRR com alíquota de 2,5% do valor da dívida consolidada em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas. Também foi incluído na lei o parcelamento dos débitos vencidos até o dia 30 de agosto de 2017. As dívidas poderão ser parceladas em até 176 vezes, com mais 60 meses para quitação total caso o montante ainda não tenha sido liquidado.
Em relação ao ivo financeiro, o IPA comunicou que as ações impetradas por entidades do setor agropecuário no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inconstitucionalidade da contribuição ao Funrural ainda aguardam decisão da Côrte. Nesse sentido, o Instituto informou que "o parágrafo 4º do Artigo 1º da nova legislação garante a todos os produtores rurais que aderirem ao Refis que sejam beneficiados com qualquer mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade da cobrança, com a possibilidade do que já tiver sido pago se transformar em crédito para compensar e/ou até ser restituído, com extinção do parcelamento.
Confira, abaixo, material elaborado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) a respeito dos principais pontos relacionados à matéria e quais foram as definições dadas pela Lei nº 13.606 (clique para ampliar).
MERCADO — Os contratos futuros do café recuaram nesta semana no mercado internacional, à medida que as especulações sobre safra volumosa mundial – fato que o CNC discorda, principalmente em relação ao Brasil e a precocidade do período para se projetar a colheita em 2018 –, afastam compradores e pesam sobre os preços.
O dólar perdeu força no mercado externo, puxado pelo anúncio de números da economia dos Estados Unidos. O índice de preço ao produtor norte-americano caiu 0,1% entre novembro e dezembro frente à expectativa de alta de 0,2% no período, o que aumentou as dúvidas em relação à previsão de três altas nos juros pelo Federal Reserve (FED) neste ano.
No Brasil, a moeda acompanhou o cenário internacional e recuou 0,5% na semana. O desempenho também foi ocasionado pela divulgação da primeira prévia do IGP-M de janeiro, que ficou acima do esperado, e pelo crescimento de 0,7% em novembro ante outubro na produção industrial de São Paulo, fatos que reforçaram a ideia de melhora na economia local e fortaleceram a divisa brasileira. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,2185.
Mesmo diante do enfraquecimento da moeda norte-americana, o contrato futuro do café arábica com vencimento em março/18 acumulou perdas de 565 pontos na Bolsa de Nova York, negociado a US$ 1,2280 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento janeiro/18 do conilon encerrou a sessão de ontem a US$ 1.745 por tonelada, com baixa de US$ 2 frente ao fechamento da semana ada.
De acordo com informações da Somar Meteorologia, a chuva volta a se concentrar na Região Sul do País ao longo dos próximos dias, registrando acumulados maiores do que 40 milímetros no Paraná. Volume semelhante de precipitações também deve ocorrer em Rondônia, ao o que a chuva será mais isolada, porém ainda aparece de forma frequente entre São Paulo e sul de Minas Gerais.
O serviço meteorológico alerta, ainda, que, apesar da possibilidade de ocorrerem algumas precipitações nesta semana, a expectativa é para baixos volumes acumulados nos próximos cinco dias no Espírito Santo e no sul da Bahia.
No mercado físico, as cotações foram pressionadas pela desvalorização internacional e pela ausência de compradores nas praças. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 445,41/saca e a R$ 338,33/saca, com desvalorizações de 2,1% e 4,5%, respectivamente, na comparação com o fechamento da semana anterior.
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