Dólar oscila com aversão a risco internacional e ruídos domésticos 531us
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Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar já oscilou entre perdas e ganhos e chegou ao fim da manhã desta segunda-feira em torno da estabilidade, com investidores dividindo atenções entre dados decepcionantes sobre a economia chinesa, ruído fiscal doméstico e perspectiva de maior diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
Às 12:34, o dólar tinha variação positiva de 0,01%, a 5,2468 reais na venda.
Depois chegar a saltar quase 1% nos primeiros minutos de negociação, a 5,2980 reais, a moeda norte-americana foi perdendo fôlego ao longo da manhã e, eventualmente, inverteu o sinal. O dólar chegou a cair 0,33%, a 5,2292 reais, na mínima do dia, atingida pouco antes das 12h, antes de recuperar algum terreno.
A segunda-feira era de cautela generalizada nos mercados globais, após dados mostrarem que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China desacelerou com força e ficou abaixo das expectativas dos mercados em julho.
O índice do dólar contra uma cesta de pares fortes apresentava recuperação, depois de ter caído no fim da semana ada. Frente a rand sul-africano, peso mexicano e dólar australiano, divisas sensíveis ao risco, a moeda norte-americana registrava ganhos nesta manhã.
"Além dos dados decepcionantes na China, a cautela no cenário internacional com os problemas geopolíticos também pesa" nos mercados, disse em nota Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora. "O avanço do Taliban para controlar o Afeganistão, em meio à retirada das tropas americanas, é monitorado pelos investidores ao redor do globo, e a disseminação do coronavírus e seus efeitos para a economia mundial seguem como preocupação."
No Brasil, o perseverante ruído político e fiscal tem ajudado a manter o dólar em patamares elevados nas últimas semanas.
A proposta de parcelamento dos pagamentos de precatórios, encaminhada pelo governo ao Congresso, elevou as dúvidas sobre a capacidade da União de honrar suas obrigações e respeitar o teto de gastos, enquanto a tensão política atrapalhava o avanço de reformas importantes no Legislativo, disse Alexandre Almeida, da CM Capital. "Tudo isso traz volatilidade para o mercado, o que tem impacto no dólar."
Mas, a despeito da incerteza local, Almeida ainda espera que o dólar se desvalorize a 5,10 reais até o fim de 2021. "Apesar da instabilidade recente, o posicionamento do Federal Reserve deve continuar estimulativo, mantendo a liquidez global alta, enquanto, no Brasil, o movimento é contrário: de restrição monetária", explicou.
O Banco Central intensificou a dose do aperto em seu último encontro de política monetária ao adotar alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, a 5,25% ao ano, já indicando outro aumento de igual magnitude na próxima reunião do colegiado, em setembro.
Ao mesmo tempo, nos EUA, a queda na confiança do consumidor, em dado divulgado na semana ada, ajudou a acalmar temores sobre um endurecimento iminente da política monetária pelo Federal Reserve.
Agora, disse Almeida, investidores ficarão atentos a dados de terça-feira sobre as vendas no varejo e a produção industrial dos Estados Unidos, que podem oferecer alguma luz sobre o futuro do estímulo do banco central norte-americano. Depois, na quarta-feira, o foco estará sobre a ata do último encontro do Fed.
A moeda norte-americana spot fechou o último pregão, na sexta-feira, em queda de 0,15%, a 5,2461 reais.
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