APIL se manifesta sobre crise no setor lácteo 405p39
A APIL – Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, que congrega 40 laticínios e 43 associados parceiros, constando em seus registros aproximadamente 7 (sete) mil famílias produtoras de leite, responsáveis pelo fornecimento da matéria prima para a produção em torno de 60% do queijo industrializado no Rio Grande do Sul, vem a público se manifestar em relação ao crítico período que a cadeia láctea está enfrentando, desde o segundo semestre do ano ado, agravado pelo intenso volume das importações de lácteos, ressaltando que: 3c3o63
- A presente crise enfrentada pelo setor lácteo, é sem precedentes. Desde a criação da APIL(22 anos), não havia presenciado tal cenário de insegurança e com período tão longo, o que está afetando grandemente as pequenas e médias indústrias lácteas em nosso Estado.
- As altas importações de lácteos, principalmente do Mercosul, tem ajudado a agravar a situação. Fazendo com que as empresas tenham que baixar o preço da matéria-prima, colocando em dificuldade também os produtores de leite. Tanto é o fato de que em três oportunidades estes fizeram protestos nas fronteiras, buscando barrar o volume de importações.
- Além do mercado internacional favorecer as entradas de produtos estrangeiros, a Argentina e o Uruguai, montaram programas de estímulos e benefícios aos produtores locais favorecendo a produção com custos menores, dando vantagens competitivas aos seus produtores em detrimento da produção brasileira. Que aliás, o governo brasileiro, diz não poder fazer nada em respeito ao tratado do Mercosul. No entanto a Argentina criou bonificação aos seus produtores, conforme a Resolução no 27, de 13.01.2023 e ampliada pela Resolução no 979, de 12.07.2023 e mais recentemente suspendeu a taxa de retenção aos exportadores de produtos lácteos até o fina do ano. Já no Uruguai, foi criado o Programa de Refinanciamento dos créditos pendentes dos produtores e das indústrias de laticínios, com dois anos de carência e mais 13 anos para o pagamento. Isso no mínimo é uma concorrência desleal, que fragiliza os produtores e as pequenas indústria brasileiras.
- Assim sendo, é evidente que muitos produtores estão deixando a atividade leiteira e as indústrias entrando em colapso, tendo que fechar as portas. O que parece ser bom para o consumidor, é apenas uma ilusão, pois ao final a cadeia láctea desestruturada e o produtor sem condições de reagir acarretando numa forte elevação nos preços dos produtos lácteos, ficando o consumidor e principalmente, o governo brasileiro vulnerável ao mercado internacional. Gerando mais gastos com a importação de lácteos que poderia
ser produzido no Brasil.
Diante da grave crise do setor lácteo é preciso que todos os elos da cadeia estejam comprometidos com a causa dos produtores, das indústrias de laticínios e unam forças para juntos construir uma nova política de produção leiteira nacional mais competitiva e mais rentável. Por fim, que os governos tomem medidas de contenção das importações e criem programas de Estado para a atividade leiteira, visando a preservação dos produtores e das pequenas indústrias, criando, junto com estes programas, mecanismos de proteção dos elos mais vulneráveis da economia leiteira nacional, assim como fazem a maioria dos países, considerando a produção leiteira uma questão de segurança pública.
0 comentário 26695n

ITESP impulsiona melhoramento genético do gado leiteiro

Com apoio do Senar/MT, produtora rural de Torixoréu aumenta produção de leite em 72%

Especialista explica como escolher o subproduto e o que é preciso planejar antes de definir a dieta

Leite/Cepea: Depois de altas consecutivas no 1° trimestre, preços sinalizam queda em abril

Sindilat/RS transforma produção do concurso leiteiro em gesto solidário

Com projeção de aumento de até 2,5% na produção de leite para o segundo semestre, pecuarista tem que se planejar