Milho: De olho na colheita, preços recuam nesta 3ª feira na BM&F; mercado atento à previsão de geada no PR 3b4146
Os analistas ponderam que as cotações são pressionadas pelo início da colheita da segunda safra no Brasil. Fator que já tinha sido adiantado pelos especialistas de mercado, com o avanço dos trabalhos nos campos, a perspectiva é que os preços se acomodem em patamares mais baixos. Nesta temporada, a perspectiva é que sejam colhidas 52,9 milhões de toneladas, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Em todo o Brasil, a colheita do milho já atingiu 1,5%, segundo levantamento realizado pela Safras & Mercado. No maior estado produtor do cereal na safrinha, o Mato Grosso, a colheita já alcança 2,94% da área plantada nesta temporada, conforme levantamento realizado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). "O ritmo dos trabalhos nos campos continua adiantado em comparação ao mesmo período do ano ado, que estava em 1,39%", informou a entidade.
No caso do Paraná, a colheita está completa em 3% da área semeada nesta safra, pouco mais de 2,2 milhões de hectares. Contudo, outra variável ganhou a atenção dos participantes do mercado que é a possibilidade de geada no estado.
De acordo com dados reportados pelo Simepar Sistema Meteorológico do Paraná, uma massa de ar frio irá possibilitar a que a umidade e a nebulosidade diminuam em todas as regiões provocando a formação de geadas. Nesta quarta-feira (8), o evento climático deverá ocorrer com forte intensidade, especialmente na região mais ao Sul do estado, em Palmas, Pato Branco, Francisco Beltrão e União da Vitória, conforme o indicado no mapa.
Fonte: Simepar
Geadas moderadas ainda são previstas em importantes regiões produtoras como Castro e Ponta Grossa. Já em Londrina e Maringá, mais o norte do estado, as geadas deverão ser de fraca intensidade.
Para quinta-feira, a previsão ainda indica geada forte, nas regiões de Ponta Grossa, Castro, Laranjeiras do Sul, Pitanga, Pato Branco, Irati e Francisco Beltrão. Nas regiões de Cascavel, Cianorte, Ivaiporã e Umuarama, a geada deverá ser de fraca intensidade, ainda conforme dados divulgados pelo Simepar. "O risco maior está em 26 por cento da área do Estado, nas regiões oeste, centro e no sul", disse o técnico de milho do Departamento de Economia Rural (Deral) Edmar Gervásio, em entrevista à agência Reuters.
Fonte: Simepar
Além disso, a queda do dólar também acabou pesando nos preços nos Portos. Nesta terça-feira, a saca para entrega setembro/16 fechou o dia a R$ 38,00, um recuo de 1,30% em Paranaguá. Em Itapetininga (SP), o valor também caiu, em torno de 2,55%, com a saca a R$ 45,91. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Dólar
A moeda norte-americana caiu 1,20% e, encerrou o dia cotada a R$ 3,4486 na venda, menor patamar desde o dia 11 de maio, quando o câmbio chegou a R$ 3,4456. Conforme dados divulgados pela agência Reuters, o movimento é decorrente da defesa do indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, sobre o câmbio flutuante. Com isso, os operadores acreditam que a liderança sinalizou ser favorável a menos intervenções no mercado de câmbio.
Bolsa de Chicago
Depois de operar em grande parte da sessão em campo negativo, as cotações futuras do milho reverteram as perdas e encerraram o dia com ligeiras altas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,50 e 3,25 pontos. Os vencimentos subiram pelo 5º dia seguido. O contrato julho/16 era cotado a US$ 4,27 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 4,33 por bushel.
"O milho tem encontrado e das intempéries climáticas na safrinha do Brasil, os mercados de ações mais elevados e em um dólar mais fraco", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do site Farm Futures. A demanda aquecida pelo produto norte-americana tem sido um dos principais fatores de e aos preços destacados pelos analistas. E nas últimas semanas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) tem reportado bons números dos embarques e vendas semanais.
Em relação à safra americana, ainda não há preocupações. Ainda ontem, o órgão reportou que cerca de 98% da área projetada para o milho nesta temporada já havia sido plantada até o último domingo. Em torno de 90% das lavouras do cereal já emergiram. O departamento também informou que 74% das plantações estão em boas ou excelentes condições, 21% em situação regular e 4% em condições ruins ou muito ruins.
"Contudo, o clima nos EUA continua sendo observado. As previsões meteorológicas quentes aumentaram a consciência para o evento de La Niña. Eventos anteriores de La Niña, o último dos quais em 2012, têm sido associados à seca", reforça Burgdorfer.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:
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