Taxas dos DIs caem no Brasil com perspectiva de corte de juros nos EUA 551u4m
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira em queda firme, pelo segundo dia consecutivo, acompanhando o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior em meio à perspectiva de que o Federal Reserve poderá cortar juros já em junho.
No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,575%, ante o ajuste de 14,674% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 13,815%, em baixa de 16 pontos-base ante o ajuste de 13,979%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,91%, em queda de 24 pontos-base ante 14,146% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,05%, ante 14,269%.
Na quarta-feira os mercados globais já demonstravam certo alívio após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter recuado de seus ataques ao chair do Fed, Jerome Powell, e ter se mostrado aberto a negociar tarifas com a China.
Nesta quinta-feira o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed Christopher Waller, avaliando que a disputa tarifária envolvendo os EUA pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros.
Em reação, o mercado precificava à tarde 61,3% de chances de o Fed reduzir juros em junho, conforme a ferramenta CME FedWatch.
“Waller indicou que é a favor de cortes (de juros), de e da política monetária (à economia), em um evento de tarifas mais agressivas. Claramente essa questão dos juros nos EUA tem levado os ativos de risco para cima globalmente”, comentou durante a tarde Laís Costa, analista da Empiricus Research.
“O DXY (índice do dólar) está bem fraco, o real também está performando em linha”, acrescentou.
Com a queda dos yields dos Treasuries e o recuo do dólar ante o real, a curva brasileira também cedeu ao longo de todo o dia. Às 16h17, a taxa do DI para janeiro de 2031 marcou a mínima de 13,87%, em queda de 28 pontos-base ante o ajuste da véspera.
O alívio trazido pelo exterior deixou em segundo plano comentários de autoridades do Banco Central do Brasil. No início da tarde o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, afirmou que a moderação do crescimento no Brasil é importante para levar a inflação à meta, acrescentando que os riscos do choque global de comércio são de crescimento mais baixo e inflação mais alta.
Segundo ele, existe hoje uma discussão sobre se o choque tarifário global poderia ser bom para o Brasil. "Tenho dificuldade em ver como algo positivo", disse o diretor, reiterando ser difícil afirmar neste momento quais serão os impactos.
Já o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, disse no meio da tarde que há alguma desaceleração da atividade acontecendo no momento, mas que a autarquia ainda não consegue estabelecer uma tendência real devido a dúvidas sobre a confiabilidade dos dados.
Neste cenário, o mercado no Brasil segue consolidando apostas em um aumento de apenas 50 pontos-base -- ou menos -- em maio da taxa Selic, hoje em 14,25% ao ano.
Na quarta-feira -- atualização mais recente -- o mercado de opções de Copom da B3 precificava 75,50% de probabilidade de alta de 50 pontos-base da Selic em maio (ante 78,00% na véspera), 17,00% de chances de alta de 25 pontos-base (ante 12,00%) e 6,50% de possibilidade de manutenção (igual à véspera).
Para o encontro seguinte, em junho, as apostas caminhavam nas últimas sessões para a manutenção: as opções precificam 58,00% de chances de manutenção da Selic (54,50% na véspera), 25,50% de possibilidade de aumento de 25 pontos-base (ante 26,50%) e 13,00% de chances de elevação de 50 pontos-base (14,50% na véspera).
No exterior, os yields tinham perdas firmes no fim da tarde. Às 16h38, o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento -- caía 8 pontos-base, a 4,311%.
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