Safras: Não há como falar em negócios com trigo no Rio Grande do Sul 552b65
Ainda que as enchentes não tenham atingido as principais regiões produtoras de trigo no Rio Grande do Sul, o sentimento é de “total pessimismo” na cadeia. Isso porque muitos moinhos foram severamente afetados pela enxurrada. Tradicionalmente, a indústria moageira se instala às margens de rios. Os que aram ilesos, sofrem com as interrupções na logística a partir dos bloqueios de estradas.
De qualquer forma, esta é a menor das preocupações no momento. A Safras News conversou com representantes de moinhos gaúchos nos últimos dias, que ressaltaram o foco total no auxílio aos afetados pelas enchentes. Além das comunidades no entorno das fábricas, há funcionários das empresas que estão desabrigados em função das enchentes. Além disso, ainda é cedo para mensurar os estragos.
Do ponto de vista mercadológico, o analista Elcio Bento observa que é improvável que não haja um reajuste nos preços. Uma das empresas disse à Safras News que, apesar das cotações defasadas da farinha, não haverá reajuste no momento. “Estamos segurando o preço, tentando fazer uma logística para não deixar ninguém mal”.
Outro ponto é que não há como saber quais as condições do trigo estocado pelos moinhos ou pelos produtores. Uma das empresas disse à Safras News que esperava 6 mil toneladas do cereal vindas da Argentina. O produto está debaixo d’água no porto de Porto Alegre.
Estas indústrias costumam trabalhar com estoques alongados, portanto, o desabastecimento não chega a ser uma preocupação. Por outro lado, as operações ocorrem 24 horas por dia, em três turnos. E a maioria dos moinhos afetados acaba de completar uma semana de atividades suspensas. “Trabalhamos com diversos tipos de cenários, dos mais otimistas aos mais fatalistas”, disse uma fonte à Safras News sob a condição de anonimato.
Do ponto de vista produtivo, a janela de plantio do trigo no Rio Grande do Sul começou no último dia 1º, quando as chuvas já castigavam o estado. Algumas regiões podem ter começado, mas ainda são irrelevantes a nível estadual. Bento e o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, concordam que não parece haver risco de que a safra não seja plantada. Além de as principais áreas produtoras não terem sido tão atingidas, a janela se estende por dois meses. Até lá, há a necessidade de avaliar as condições do solo, além de resolver questões logísticas para a chegada de insumos. Os impactos sobre a soja também podem afetar a capitalização e o ânimo dos produtores atingidos.
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