Mercado brasileiro de proteínas animais não deve sofrer impactos diretos por encontro entre EUA e China 6s5n62
4f2m5j
O encontro entre representantes do comércio dos Estados Unidos e China, marcado para este final de semana em Genebra, na Suíça, desperta as atenções dos mercados agrícolas, tendo em vista a guerra tarifária entre os dois países intensificada pelo presidente estadunidense Donald Trump. O encontro em território neutro deverá ser neste sábado entre o Secretário do Tesouro Americano, Scott Bessent, o Representante do Comércio dos EUA, Jamieson Greer, e o vice-primeiro ministro da China, He Lifeng.
No caso do mercado brasileiro de proteínas animais, analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas pontuam o bom desempenho nas exportações por parte do Brasil, e destacam que as mudanças neste xadrez geopolítico e comercial global podem gerar impactos em outras cadeias de commodities que, aí sim, devem impactar o setor de proteínas, como, por exemplo, soja e milho, além do câmbio.
Entre idas e vindas das duas nações 'dobrando a aposta' sobre as tarifas em declarações oficiais divulgadas pela mídia, aplicando taxas elevadas a cada manifestação do oponente, esta reunião 'quebra-gelo' pode não terminar em um acordo de maneira imediata, mas é interpretada por muitos agentes do mercado como um primeiro o para um diálogo. Vale lembrar que, desde de 2018, no Governo Trump 1, tensões comerciais entre China e Estados Unidos já eram aquecidas.
Leia mais: 1yy1d
+ China x EUA: O que os mercados querem saber de Genebra? Veja o que dizem os analistas
"Este encontro entre representantes dos Estados Unidos e China já parece um aceno para uma tentativa de acordo, para tentar avançar nas negociações. Mas isso não é necessariamente simples. Vimos uma pressão tarifária de ambas as partes seguidas de recuos. O fato de eles promoverem uma reunião não significa que eles irão sair com um acordo pronto. E de qualquer forma, mesmo que um acordo saia, o Brasil segue vendendo carne bovina e de frango como nunca vendeu antes. Em abril, as exportações de carne suína foi até fraca em vendas para a China, cerca de 15 a 16 mil toneladas, enquanto as Filipinas compraram quase 28 mil toneladas. Então o Brasil está conseguindo vender grandes volumes de carne, e não necessariamente para a China. Sobre a carne de frango, o entendimento é que o Brasil vai vender muito desta proteína, mas não necessariamente por conta de guerra comercial. O desempenho no primeiro quadrimestre das exportsações foi espetacular, e o peso da influenza aviária é muito maior do que qualquer disputa tarifária. Mas se estas decisões sobre tarifas perdurarem como estão, deve gerar impactos positivos para as vendas da proteína avícola brasileira.Essa fase preliminar de negociações é importante para que se chegue a um acordo, mas não significa que isso ocorra de maneira imediata ou que isso vá mudar cenários de comércio agora", afirmou Fernando Henrique Iglesias, analista da SAFRAS & Mercado.
CARNE BOVINA - Hyberville Neto, médico veterinário e diretor da HN Agro, e Isabella Camargo, zootecnista e analista da HN Agro 476u1g
"A princípio não creio que devamos ter grandes mudanças para o boi não, mesmo se houver acordo. Os Estados Unidos estão comprando muita carne nossa (recorde em abril) justamente porque não estão competitivos para gerar preocupação para a carne bovina", disse Hyberville Neto, médico veterinário e diretor da HN Agro.
"Os Estados Unidos vêm aumentando a compra de carne bovina brasileira, em abril chegando a um recorde, com elevação de 870,6% quando comparado a abril do ano ado. Foram 44,1 mil toneladas enviadas para os estadunidenses só neste último mês. Eles compram da gente porque não conseguem competir com os preços da carne bovina brasileira, já que eles estão em ciclo de alta. As exportações para Estados Unidos, China e México devem continuar crescendo", explicou Isabella Camargo, zootecnista e analista da HN Agro.
OVOS - Juliana Pila, analista de mercado da Scot Consultoria 13415j
Eu acredito que isso não deva ter muitas interferências na precificação no mercado interno. Apesar das exportações de ovos para os Estados Unidos terem aumentado, e para demais países também, ainda representa pouco do que o Brasil produz. Memso com esse crescimento para os EUA, isso não se refletiu em preços no mercado interno. Pensando no mercado de grãos, a gente vê agora as exportações brasileiras de milho crescendo (o que não é comum), e olhando para o setor externo, pode ter algum impacto no mercado interno, já que soja e milho são essenciais na alimentação. Caso esse acordo venha acontecer, pode impactar nos grãos, sim.
LEITE - Juliana Pila, analista de mercado da Scot Consultoria 295o1w
"Não somos grande exportadores de lácteos, e isso deve ter pouca precificação no mercado interno. Compramos mais dos parceiros da América do Sul, como Argentina e Uruguai, por exemplo Quando se olha pelo viés da possibilidade do dólar aumentar, isso sim pode influenciar nas importações de leite por parte do Brasil. Soma-se a isso os nossos parceiros, como Uruguai e Argentina estarem em período de entressafra, ou seja, com menor oferta de leite. Se de fato o dólar subir mais e seguir esta menor oferta de leite na América do Sul, pode diminuir o ímpeto importador de leite do Brasil", disse Juliana Pila, analista de mercado da Scot Consultoria.
0 comentário 26695n

Gripe Aviária em granja comercial no RS pode impactar ritmo das exportações de frango e interferir no preço das demais carnes

Marfrig vai incorporar BRF, formando MBRF, com receita de R$152 bi

Pecuária lidera exportações do agro catarinense em 2024, com destaque para carne de frango e suína

Setor de proteínas animais do Brasil vê como positivo o acordo entre EUA e China, trazendo estabilidade temporária

Tilápia/Cepea: Preços sobem em abril, mas oferta elevada limita aumento

Venda de carne bovina do Brasil aos EUA dispara apesar de tarifas, diz Abiec