Apesar de perspectiva baixista para estoque global de milho em 2025/26, fator não deve afetar preços 6m2x1x

Publicado em 14/05/2025 11:35
Segundo especialista, é o estoque do cereal especificamente nos Estados Unidos que acaba ditando a precificação

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O relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) no último dia 12 trouxe perspectivas que o estoque global de milho em 2025/26 deve ser o menor desde 2013/14. Apesar deste ‘aperto’ entre oferta e demanda, isso não deve mudar os preços do cereal, segundo o analista de Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Os estoques finais globais de milho para 2025/26 caíram 9,5 milhões de toneladas de acordo com o reporte divulgado pelo USDA, para 277,8 milhões de toneladas, o que, se concretizado, seria o menor desde 2013/14. Para 2025/26, projeta-se que os estoques nos principais países exportadores, Argentina, Brasil, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos, aumentem, refletindo principalmente um aumento nos Estados Unidos, parcialmente compensado por um declínio no Brasil.

Apesar disso, o consumo mundial de milho deve aumentar 2%, para um recorde de 1,274 bilhão de toneladas métricas, com o consumo excedendo a produção pelo segundo ano consecutivo. As importações mundiais de milho devem aumentar 1%, impulsionadas por aumentos em vários países, incluindo China, Vietnã, UE, Venezuela e Irã. Parcialmente compensando, estão os declínios no Zimbábue, Zâmbia e Turquia.

Segundo Molinari, o dado mundial não tem influência na formação de preços na forma direta. “É bem ao contrário. Tem safra da Ucrânia se recuperando, safrinha brasileira deve ser recorde, safra argentina deve ser grande. Não há nenhum indicador que essa oferta global vai cair para o ano que vem. O que tem é um sentimento de demanda crescente muito grande que deve ajustar ao longo do ano comercial esse quadro de oferta e demanda global”.

Molinari aponta ainda que, se não houver nenhum problema na China e nos Estados Unidos no curto/médio prazo, o ciclo 2025/26 não tem grande variável para este suposto abastecimento ajustado global. 

“Isso não deve mudar. O que tem que ser observado  agora é um quadro de exportação forte dos EUA, e vamos ver como vai ser para a entrada do milho segunda safra do Brasil em junho, e como estará a demanda mundial para milho”. 

De acordo com o relatório do USDA, a perspectiva global para grãos grossos em 2025/26 é de produção e consumo recordes e um declínio nos estoques finais. A produção mundial de milho deve atingir o recorde de 1,265 bilhão de toneladas métricas, com os maiores aumentos para os Estados Unidos, Ucrânia e Argentina. Parcialmente compensando, são projetadas safras menores para a Tanzânia e o Canadá.

Expectativas de áreas maiores impulsionam um aumento na produção de milho para a Argentina, enquanto um retorno à produtividade normal e uma área maior elevaram as perspectivas de produção para a Ucrânia. Para o Brasil, a expansão da área de milho impulsiona perspectivas maiores para a safra. A produção mundial de cevada, sorgo, milheto, grãos mistos e centeio está prevista para ser maior do que há um ano, enquanto a produção de aveia está ligeiramente abaixo. 

“Tanto não afeta (os preços) que as cotações em Chicago caíram nos últimos dias. O estoque mundial não tem influência nos preços globais. O USDA diz que a China tem 200 milhões de toneladas. Então o estoque líquido mundial é de 45 milhões de toneladas, que é o estoque americano, que é o estoque global. O estoque americano aumentando ou diminuindo, ele é que dá o tom para o preço do milho”, finalizou Molinari. 


 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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