O que impede o Brasil de se tornar referência e destaque mundial na produção de milho? 456y14
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"O Brasil ainda será conhecido como o país do milho", projetou o presidente da Abramilho, Paulo Bertolini, durante o 3º Congresso da Associação, realizado dia 14 de maio em Brasília/DF.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial do cereal. Nos últimos anos, registrou um aumento de produção de mais de cinco vezes, saindo de 19 milhões de toneladas para 122 mi/ton, exporta o produto para mais de 140 países, e deve atingir na produção da safra 2024/2025 cerca de 125 milhões de toneladas. Estes dados servem para enfatizar como a cultura vem ganhado uma importância grande no país, e como o cenário é otimista em relação às potencialidades do grão.
"Uma das grandes ferramentas de transformação do agro brasileiro tornou o Brasil de importador de milho a exportador. E isso é muito recente. Hoje, somos o segundo maior exportador mundial, mas temos potencial para nos tornarmos o primeiro e mais importante exportador do produto. As oportunidades são enormes, mas os nossos desafios também são grandes. Boa parte desses desafios precisa ser enfrentada não somente pela iniciativa privada, mas também como política pública", destacou Bertolini.
Mas, para manter a dinâmica de crescimento dos últimos anos, o setor precisa vencer o principal desafio: a falta de infraestrutura. Segundo a CSEAG, o Brasil tem a capacidade estática de armazenagem de grãos de 214 mi/ton, uma estimativa de produção de grãos (prevista pela Conab) de 328 mi/ton, ou seja, o setor enfrenta um déficit de 114 mi/ton. "O Brasil tem um déficit de capacidade de armazenagem que chega esse ano a 120 milhões de toneladas. Nós não temos espaço para tudo aquilo que produzimos de grãos. E todo ano esse déficit tem aumentado algo em torno de 5 milhões de toneladas, o que é muito grave", explicou o presidente da Abramilho.
Ainda de acordo com o presidente, hoje apenas 15% da capacidade estática de armazenagem disponível no país está dentro das fazendas. "Os Estados Unidos, por exemplo, além de terem a capacidade de produzir, de armazenar mais que uma safra inteira, mais da metade da capacidade de armazenagem está dentro das fazendas. Nós temos e precisamos seguir esse modelo", reforçou.
Quando vislumbrado além desta barreira, a cultura do milho tem muito o que comemorar. No 3º Congresso Abramilho foram debatidas as diversas possibilidades de futuros investimentos para expansão do mercado de milho brasileiro. E grande parte destas novas oportunidades estão surgirando através do etanol do milho e do sorgo.
O etanol de milho vem crescendo rapidamente no Brasil, com previsão de atingir 16 bilhões de litros até 2032. O Presidente em exercício do Brasil, Geraldo Alckmin, disse que o país tem planos de aumentar a exigência legal para a mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%.
"Essa questão do etanol é muito importante, porque a gente produz 120, 130 milhões de toneladas. Nosso objetivo é produzir, daqui 10 anos, 200 milhões de toneladas, com um consumo de 100 milhões de toneladas. Então, estaríamos produzindo 50% de produto que, teoricamente, estaria disponível para exportação. Então, o que nós queremos com isso? Se pudermos pegar uma parte, pelo menos 30% da produção brasileira de milho e agregar valor produzindo etanol e produzindo DDG, vamos conseguir abrir novos mercados importantes, como já abrimos e conquistamos na China", contou o diretor executivo da Abramilho, Glauber Silveira.
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