Aumento do spread de juros Brasil/EUA mantém real brasileiro fortalecido frente ao dólar, avalia Hedgepoint Global Markets x3j3u
No último dia 7, o banco central americano Federal Reserve (Fed) anunciou a manutenção da taxa para níveis entre 4.25% e 4.50%, o que já era esperado e precificado pelo mercado, mesmo com pressões do presidente americano por corte na taxa de juros para estímulo da economia. 5z1m22
O consenso do mercado gira em torno de cortes da taxa básica de juros americana a partir do terceiro trimestre, podendo ceder cerca de 0.75%, dependendo de como a economia e inflação dos Estados Unidos reagirá sobre as tarifas recentemente impostas sobre as economias globais. Em meio a um cenário incerto, algumas commodities como petróleo e metais sofreram recentes desvalorizações.
“A primeira, devido a anúncios recentes da OPEP sobre elevação da produção diária e riscos de desaceleração do consumo global, impactando a oferta e demanda. No caso do minério de ferro, a perda de valor se dá principalmente ao receio de desaceleração da econômica Chinesa, que recentemente divulgou estímulos para aquecimento de sua produção interna, fator de preocupação do atual governo, juntamente com os desdobramentos sobre as tarifas impostas e reciprocas com os Estados Unidos”, explica Guilhermo Marques, Diretor Global de Derivativos Listados, FX e Prime Services na Hedgepoint Global Markets.
Busca continua pelo ouro
De acordo com Marques, o dólar perdeu valor nas últimas semanas, principalmente pelo risco de inversão global para uma tendência de diversificação monetária e questionamento da hegemonia americana – fatores inflacionados pelas tensões sobre os desdobramentos da guerra comercial e pelo desequilíbrio político-econômico mundial.
Com isso, ativos de maior segurança, como o ouro, vem apresentando apreciação diária, ao compararmos na última semana entre os dias 2 e 7 de maio 2025, saindo de US$ 3,243.30 para $ 3,401.94, uma variação positiva de 4.89% em uma semana.
Perspectivas para os mercados emergentes
Quando se compara o dólar com as moedas pertencentes aos mercados emergentes, a tendência é a de uma significativa desvalorização da moeda americana. O índice DXY, que mede o valor do dólar frente a uma cesta de moedas, caiu cerca de 1,3% nas últimas duas semanas, refletindo um movimento global de aversão ao risco americano e maior apetite por ativos de economias em desenvolvimento.
Esse movimento tem sido impulsionado por três fatores principais:
- -Busca por diversificação monetária, especialmente entre bancos centrais e grandes fundos globais, que têm aumentado suas reservas em moedas como o yuan, o real e o dirham;
- -Expectativa de cortes nas taxas de juros americanas, reduzindo o diferencial de juros entre o dólar e moedas de países com taxas ainda elevadas, como o Brasil e o México;
- -Entradas líquidas de capital em mercados emergentes, tanto via investimento direto estrangeiro quanto em renda fixa e variável, em busca de retornos mais atrativos diante da estabilidade relativa dos fundamentos locais.
Brasil
No país, o Copom elevou a taxa Selic para 14.75% ao ano, marcando sua sexta alta consecutiva. O principal motivo para a sequência de ajustes da taxa de juros se dá pelo controle da inflação, a qual atingiu 5.5% em março, acima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3% ao ano.
O fato de as expectativas de inflação futura (apontadas pelo relatório Focus) estarem desancoradas das metas do conselho monetário nacional (CMN), tem levado a diretoria do BC brasileiro a manter a política de elevação dos juros no brasil com objetivo de sinalizar ao mercado o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação.
No Brasil, a inflação tem sido sustentada por fatores estruturais, como o peso dos preços istrados, a volatilidade dos custos de energia, a rigidez do mercado de trabalho e as recorrentes pressões fiscais. Além disso, o cenário fiscal e a política expansionista dos gastos públicos do governo federal também dificultam a estratégia monetária, contribuindo com expectativas de inflação persistentes.
Do lado fiscal, existem riscos elevados relacionados a dívida pública, a qual se aproxima de 62% do PIB, segundo dados do IPEA para fechamento de março 2025.
“Quando temos gastos do governo elevados, o aumento da receita se torna necessário por meio de impostos ou cobranças adicionais. Se isso não ocorrer, o governo terá que recorrer a um maior endividamento, o que pode elevar o risco país, afetar a credibilidade fiscal e reduzir a confiança de investidores no ambiente econômico”, diz Marques.
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